sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Abandono duplamente qualificado

Hoje faz 30 dias, (pela terceira vez já) que o meu coração percebeu que você não vai mais voltar. São 90 dias tentando aceitar o final dessa história. Foi o pior trimestre do ano. A promessa de encerrar o ano sem chorar mais uma vez não será possível.

Durante esses 90 dias pensei mil justificativas pra te isentar pro meu coração, que foram em vão. Queria que meu coração te recebesse de braços quando você voltasse. Queria te receber de volta livre de qualquer amargura. Mas parece que de toda culpa que te isentei, recaiu sobre mim. De toda a amargura que te livrei, agora mora dentro aqui.

Eu olho pra trás e não consigo acreditar que foi mentira, que você brincou, que se aproveitou, que você é tão ruim assim. A gente tinha um pacto, ou pelo menos eu tinha com você. Respeitei tudo, cumpri com minha parte e você não cumpriu com a sua e ainda levou a melhor parte de mim.

Quando sua ausência pesa tento aliviar com as boas lembranças. Lembro-me como me sentia feliz a seu lado, e era feliz de verdade. Eu era tão feliz que nem me lembra que algum dia já fui triste. Mas penso que nesses anos de felicidade junto a você, a tristeza que era minha primeira companheira sentiu saudade, e hoje me abraça e anda junto comigo.

Depois que te conheci nunca pensei que me sentiria tão fria de novo assim. Você era sol, era calor, era sabor, era frescor, era amor. Amor que se transformou no horror da minha vida, dos meus dias, dos pensamentos, dos meus sentimentos. Porque escolheu me causar tanto sofrimento?

Passei esse tempo todo fazendo a minha idiota parte do acordo. Você não voltou e isso tem sido difícil de mais de aguentar. Você não vai mais voltar e isso me da vontade de chorar. Me prometeu voltar, pelo menos pra me contar. Mas não voltou. Imaginei outras mil situações que pudessem ter te impedido de me enviar sua resposta, mas a resposta mesmo foi você quem não quis contar.

Pensei também em eu retornar o contato, mas quis obedecer o nosso prazo. Eu prometi que não ia mais te procurar, mas que ia te esperar. Creio que não levou a sério, nem uma e nem outra coisa. Deve ser por isso que não voltou, achou que eu não estaria mais aqui. Teve medo mais uma vez. Essa é só uma das outras novecentos e noventa e nove tentativas de te desculpa que dei pro meu coração.

Queria tanto ouvir sua conclusão desse tempo que você o chamou de tempo de compreensão. Queria saber suas ideias e ideais mesmo que não seguíssemos juntos. Queria um encerrar mais bonito. Queria um abraço em sinal de respeito de tudo que vivemos, ou do que vivi com você.

Hoje seis meses depois de ter dado um tiro no próprio pé em nome do amor que nunca tive, sigo mancando e tropeçando emocionalmente. Diariamente me exercito, me esforço pra conseguir correr a mesma corrida de antes, mas já não sou mais tão boa quanto fui. Confesso ter medo de nuca mais ser. Nunca mais sorrir.

Não adianta, ficou marcado como abando duplamente qualificado o seu ato. Vítima de uma violência assim, vivo pra chegar no dia em que todos esses hematomas não farão mais parte de mim. Acordo todos dias olhando pra eles, querendo saber se alguma parte de mim já se recuperou um pouco mais do que no dia anterior. Procurando se já tenho alguma parte boa de volta. Se já tenho alguma parte que possa encostar sem doer. Se tem algum pedaço daquele velho coração que ainda bate.

Mas há novidade é que não há. Tudo ainda dói. Nada se recuperou. Nem da nossa história, nem dentro de mim. A única coisa que recuperei foi a minha insegurança, a prima da tristeza. Sentimentos que nem se quer eu lembrava o nome, o que dirá dos seus efeitos. Hoje em já não me esqueço.


Saudade da mulher entusiasta que eu era ao seu lado, daquela lista enorme de sonhos e fantasias pra realizar. Saudade do seu sorriso que era meu combustível, que me levava pra qualquer lugar. Hoje já não lugar que me faça sorrir e nem sonhar. Restaram-me aquelas velhas fantasias rasgadas, remendadas com esperança de um amor melhor.

sábado, 29 de outubro de 2016

Tô pedindo muito produção?

Saudade de mim. Saudade do que deixei pra trás quando me perdi. Saudade das minhas pseudocertezas. Saudade da minha leitura poética sobre tudo. Saudade da leveza que eu encarava a vida. Saudade das soluções que criava para os problemas dos outros e para os meus próprios. Saudade da minha fé. Saudade da garganta limpa, livre de qualquer nó engasgado. Saudade de andar pela cidade inteira sorrindo. Saudade do meu bom humor. Saudade do meu deboche disfarçado de educação. Saudade de ter manias diferentes. Saudade das minhas especialidades peculiares. Saudade de ter orgulho do presente. Saudade de sonhar com o futuro. Saudade do que pensava sobre o amor, sobre os relacionamentos, sobre os afetos.

Eu que sempre defendi o amor, tinha teorias infalíveis. Era a primeira a aplaudir qualquer sinal do que achei que fosse o amor. Parecia uma fonte sem fim de amor, força e fé. Era romântica incorrigível. Incentivei tantos a lutarem pela felicidade. Cuidei de tantos outros corações quebrados. Acreditei em amores impossíveis. Via beleza em cada coração. Amava todos os que tinham um coração, mesmo se fosse um coração cinza. Me sentia artista. Sabia colorir o dia, a vida e os corações de quem estava perto de mim.

Hoje não sinto mais nada. Nem meu próprio coração. Nem força. Nem amor. Nem fé. Fria, fraca e cinza me tornei. Longe de todas as cores que já tive. Distante de toda força que já gastei. Descrente de quase tudo que acreditei. Minhas teorias infalíveis falharam. Minhas teorias não passaram no teste da vida. É duro assumir um auto-engano do tamanho do meu. Terrível a dor de assumir as consequências de agir com o coração. Coração que tinha prece nos lábios e gastava a fé em oração. Tão difícil é assumir o fim daquilo que eu só queria que fosse o começo.

É duro e cruel aceitar uma decepção provocada por si própria. Certamente desconsiderei algum sinal ou evidência que estava no caminho errado. Certamente atropelei os fatos e talvez até algumas pessoas. Impressionante o poder de uma ilusão te arremessar no chão. Todos dizem que do chão não passa. Que pena, rs. Tudo o que eu precisava era passar desse chão e achar um novo céu. Respirar outro ar. Uma nova história pra acreditar.


Às vezes torço pra alguém me contar que tudo não passou de uma pegadinha de câmera escondida. Que esse momento foi só uma brincadeira. Que alguém apareça com uma caixa de presente e devolva o coração que me tiraram. Que me devolva o enredo da minha própria história. Que me deixem ficar de novo lugar da mocinha e me arranquem desse papel de vilã, que me botaram a força. Que me ponham com um par romântico de verdade dessa vez, por favor. Com alguém que não morra no final. Com alguém que não me abandone sem explicação. Com alguém que não me faça refém de uma traição. Tô pedindo muito produção?

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Retrovisor

São esses olhos verdes que dão cor ao meu dia. São eles que me roubam suspiros no meio da tarde. São com eles que eu sonho todas as noites antes de deitar, fico acordada a imaginar como será no dia em que vou acordar e te olhar. Acordar e te ver sorrir pra mim.

Fico aqui gastando as horas do meu dia relembrando o ultimo momento que por mim passou e acenou. Fico aqui disfarçando sorrisos entre as ruas da cidade. Eu sei que há algo de bom por trás desses olhos verdes. Quando olha pra mim sinto-me o mais importante ser a existir.

O meu eu que estava adormecido foi despertado quando você me olhou por aquele retrovisor. O dia mudou quando por aquele espelho você me olhou. Os flashes ficaram gravados e vivo sob o efeito daqueles reflexos entre olhares.


Mal te conheço e já sinto saudades. Mal sei o seu nome e já o escrevo nas estrelas. Mal sei o seu cheiro e já sinto seu perfume. Mal conheço o seu beijo e já gosto do seu gosto. Mal sei o seu tamanho e já sei que cabe no meu coração.  Mal sei se gosta mim e já sei que gosto de você.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Olhos de fome

Já dizia Clarice, saudade é um pouco como fome, só passa quando se come. E são esses olhos cheios de fome me devoram. É como se seus olhos tivessem o poder de me mastigar, sem a boca me tocar. Passo entre a multidão disfarçada e pra você me mantenho guardada, esperando o momento que você irá me olhar. Caminho entre a cidade escondendo minha ansiedade, pintando seu rosto por toda parte.

Te espero de corpo sem ver o seu rosto, sei que você está também a me procurar. Mas cuidado com esse seu olhar, não o gaste em qualquer lugar. Estou aqui, mais perto do que você possa imaginar. Fico escondida sem te tocar, sem minha fome matar, carregando essa esperança elementar. Fico aqui sentada a te imaginar, sentada a te esperar.


Esperar não é uma coisa muito fácil, alias está longe disso. Então pegue o mapa, siga as placas, ligue o GPS, mas não desista de me encontrar. Estou aqui ainda a te esperar.
Faminta de saudade a matar.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Pílulas de Realidade

A conversa de sexta me pareceu tão real que já era sábado e eu ainda estava te procurando pra tirar meu cabelo que como sempre acordou no rosto. Acordei sendo despertada por um beijo atrás da orelha, só que não. Não, você não estava lá. Então fechei os olhos novamente para sonhar mais uma vez com você e acabei perdendo a hora, deixando de lado tudo que ficou atrasado.

Quando finalmente coragem criei e da cama levantei, fui para a montanha que fica atrás do oceano, abraçada com uma garrafa de Pinot Noir Italiano (espero que seja o seu preferido também). Fiquei lá te desejando fazer o bem. Da janela do quarto da pousada, brincava de despir meus segredos embriagada. Me desfazendo entre cortina e tapetes, cama e enfeites.Sentindo meu corpo arrepiando ao som de um bom piano. Perdendo meus sentidos a cada nota tocada.

Mas como toda brincadeira uma hora acaba, antes de voltar pra casa vi no fundo da mala um frasco de rótulo “Pílulas de Realidade”, tomei por curiosidade. O efeito foi imediato, percebi que estava apaixonada por um cara que tem namorada e agora preciso sair dessa furada.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Esperança boa...


Tenho uma esperança boa de encontrar um homem bem bacana.
Um que saiba me fazer sorrir, que saiba me abraçar.
Um que me dê força quando eu não quiser mais caminhar.
Um que seja divertido e bem humorado.
Que saiba levar a vida numa boa e que não crie casos com coisas pequenas, que importe de fato e brigue se necessário por causas justas.
Um que saiba trocar o pneu, caso fure no meio da estrada.
Que saiba fazer instalações simples de hidráulica e elétrica.
Que goste de cinema e música, que goste de viajar, de comer massa e tomar um bom vinho.
Que goste de serra, praia e neve.
Que goste de fotografia.
Que seja parceiro, companheiro, confidente, sorridente e atraente.
Que goste de beijo matinal, ligações no meio dia e no fim da noite, caricias.
Que goste de ficar em casa, cabelo bagunçado e roupa larga. Pipoca no sofá, filme na televisão e a gente se amando no chão.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Queria sim


Então foi mais sério do que pensei.

Queria que você tivesse ficado assim por minha causa. 
Queria que você tivesse ascendido uma caixa de charuto em minha lembrança. Queria que você tivesse pelo menos tomado uma dose de álcool por mim. Queria que você tivesse sentado numa calçada sem saber pra onde ir. Queria que você tivesse ido dormir chorando pelo menos uma vez  por mim

Queria ter visto você ficar sem fome em minha homenagem. Queria ver você se consolar com a primeira pessoa da sua rede social que estivesse online. Queria que você tivesse ficado horas embaixo do chuveiro lembrando-se do tempo que eu estava ali com você. Queria que você tivesse acordado ao menos uma vez na madrugada sentindo frio sem ninguém pra te esquentar. Queria que você tivesse feito o nosso trajeto volta lembrando-se de mim. 

Queria que você tivesse feito café e torradas sem ninguém pra sentar a mesa. Queria que você tivesse se arrumado em um sábado à noite sem ter com quem sair. Queria que você tivesse feito almoço de domingo na esperança da campainha tocar. Queria que você tivesse passado horas esperando o telefone chamar. Queria que você tivesse desistido de ir embora e voltado pra mim. Pode voltar sem medo, sua resposta é sim.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

E aí, bora pra balada?



Primeiramente, você chega na balada e observa que metade das mulheres estão com um vestido de elástico, já a outra metade está com uma regata branca ou top e por cima uma blusa fina, junto com uma saia alta ou short customizado.
Usando o insistente perfume 212, Angel e Light Blue. Mas até aí tudo bem pois o uniforme faz parte. Não muito distante disso você vê alguns homens com uma camisa pólo com “número 43” nas costas e um cavalo gigante no peito, perfume One Million e a barriga saliente, com as mulheres mais bonitas da festa. Alguns gastando dinheiro que não tem, outros gastando por gastar e outros como eu agora, pensando em como funciona tudo isso…

 Nesse instante por algum motivo você se sente diferente daquelas pessoas. Culturalmente instruídos a sempre segurar um copo na mão seguimos o nosso caminho em busca de algo que no fundo não sabemos se realmente faz sentido.
Alguns caras querendo se divertir e outros numa disputa inútil para ver quem é o mais frouxo. Frouxo simplesmente por não conseguir pegar uma mulher só com o papo, por não saber jogar esse jogo de homem pra homem, mas novamente até aí tudo bem, pois cada um usa e atira com as armas que tem.
Em meio a tudo isso, me pergunto: onde está a conquista?
Cadê o charme?
O ato de arrancar um sorriso sincero de você?
Ficar com a mulher por ter falado a coisa certa na hora certa, sem sensacionalismo.
Só acho que as coisas estão perdendo um pouco da graça. Então depois de consecutivas experiências dessas, você acaba vendo que o mundo de balada é muito limitado e o mais importante, que o que você tanto procura, não está e nem estará ali.
De forma alguma estou dizendo que não gosto de balada, ou que balada é algo de pessoas “vazias”, mas infelizmente na maioria das vezes é isso que eu vejo, mulheres que só querem levantar seu ego e homens que acham que baixar um litro de bebida lhe faz ser o macho "top" da festa.
Cada vez mais as pessoas têm a necessidade de mostrar ser uma coisa que não são, e principalmente terem seu ego exaltado.
Agora só falta elas perceberem que isso não leva a lugar nenhum.
Chegamos num ponto chave da sociedade, onde máscaras valem mais do que expressões, garrafas de bebida em cima da mesa valem mais do que apertos de mão e companhias falsas valem mais do que uma conversa sincera com a menina menos atraente da festa.
Por fim entenda que você pode ser uma pessoa super charmosa, educada, inteligente ou qualquer outro adjetivo, mas se a outra pessoa não for equivalente, ela não irá perceber o quão valiosa você é.


(Autor Desconhecido)

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Porto Seguro


Nada melhor do que chegar em casa após horas de viagem e ver que está tudo ali te esperando. A sua xícara te esperando, seu lugar a mesa te esperando, seu lado da cama continua ali te esperando chegar. Até seu banheiro está no mesmo lugar com seu chuveiro quente. Sua geladeira ainda ascende à luz todas as vezes que você abre a porta só pra comemorar que você chegou.

Voltar pra casa dá uma sensação de porto seguro, igual quando se está no estrangeiro e ouve seu idioma natal sendo falado por alguém que passou, dando um ar caseiro e aconchegante para o seu dia. Ainda melhor é voltar para a cidade natal falando igual estrangeiro.

Mas se tem uma coisa que supera a novidade de qualquer viagem. É aquele frio na barriga da hora da chegada, de pensar quem será a primeira pessoa a te abraçar, aquela que fica na janela pra te ver chegar. Aquela que fica atrás da porta pra te ver passar, ou ainda aquela que fica na sala de espera do aeroporto só pra te espiar. Boa mesmo é a certeza de saber que ela vai sempre estar de braços estendidos pra te abraçar. De braços abertos te esperando voltar.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Arrepio bom


Não adianta. Conheço gente nova, novos lugares, novas comidas, novas músicas, novos cheiros, novos mundos e é só ver uma foto sua pra ter outra recaída e começar desejar a gente nos mesmos lugares, com as mesmas comidas, ouvindo as mesmas músicas, sentindo os mesmos cheiros no mesmo mundo.

Então começo a pensar e me dá um arrepio bom de lembrar o seu beijo. Sua boca deslizando no meu corpo inteiro. Essa barba passando entre pescoço e seios. Aumentando meu desejo, me entrego por inteiro. Me doou sem apego. Me rendo por completo nessa expressão de afeto. Eu não me cedo, para você me concedo. Me entrego de corpo e alma sem importar com a hora.

Cheia de mim esvazio-me assim, me entregando ao bem que me quis. Gosto do jeito que me come, com gosto de fome despistada entre dentes e sorriso que mastigam o meu corpo e juízo.
Sonho acordada em estar com você e do meu lado te ver amanhecer. E nisso não há moeda de troca, nada é igual quando você me toca. Nada se compara ao seu cheiro, as suas músicas, as suas comidas. Nada é como te abraçar na tarde de domingo, com beijos ao pé do ouvido. Com beijos que me dão arrepio.