quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Medo...

Sabe quando você tem, "tipo assim", um monte de coisas, de histórias, de desculpas, de tudo um pouco, mas na verdade não tem nada além de medo. Medo de assumir que senti isso, que senti medo.

Se eu tive medo de alguma coisa na minha vida, foi de sentir medo.
Não tenho medo do escuro, de aranha, de barata, de me perder, de cair, de levantar, de falar a verdade, de me entregar, de gritar, de ganhar, de errar, de acertar... De nada.

Nunca senti medo de nada, e sempre que as pessoas me pediam pra falar de um medo, sempre respondi: tenho medo de ter medo.
Apesar de nunca ter sentido medo, eu sabia que no dia em que sentisse medo de algo eu ficaria assim, exatamente assim, do jeito que eu estou agora. Assim sem ação, provocando uma reação sem sentido, sem graça, sem saber, sem sabor.

E esse medo é sem definição, sem razão, sem intenção. Juro, não sei definir, não sei por que comecei a sentir, e mais do que tudo, não é intencional. É um medo meio anormal, gera um mal estar, traz uma insegurança, uma inconstância, me arremete na arrogância.

Toda vez que desejei uma mão, foi pra me acariciar. Uma boca, pra me beijar. Um colo, pra eu brincar... Mas hoje não, eu quero uma mão pra me levantar, assentar no colo para escutar o que a boca está cheia pra falar.

Toda vez que desejei você, era pra te roubar pra mim. Uma cama, pra amar. Crescer, pra aparecer... Mas hoje não, quero você pra estar ao meu lado, uma cama pra passar madrugadas acordada, conversando sobre o que tivemos que aprender, sobre o que nos fez crescer.

Confesso que estou com medo de não ter uma mão pra me acariciar e nem pra me levantar. De não ter uma boca pra me beijar e nem pra conversar. Não ter um colo pra pra brincar e nem sentar. De não ter você quando eu quiser e nem quando eu precisar. Não ter uma cama, uma madrugada.

Acho que acabei de me dar conta que perdi o controle. Parece que o destino resolveu ter vida própria, o acaso resolveu dar as mãos para a sorte e foi embora. E agora?

Agora eu quero tudo de volta. Eu quero a minha coragem de volta. Eu quero a minha verdade de volta. Eu quero minha segurança de volta. Quero meu caminho de volta. Você de volta.
Eu quero que esse medo volte donde veio, ou que simplesmente vá embora.

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