quinta-feira, 15 de março de 2012

Um dia comum

Hoje é seu aniversário.
Lembrei disso logo cedo quando olhei pro calendário de mesa do escritório.
Talvez você de uma forma inconsciente esteja esperando os meus parabéns como fiz todos esses anos.
Um e-mail gigante, um depoimento, um comentário, uma manifestação qualquer na suas redes sociais. Uma mensagem no celular, um toque de um número oculto. Ou ainda mais, uma entrega de um presente-surpresa sem identificação.
Mas não, esse ano não! Venho repetindo esse erro há cinco anos. E dessa vez será diferente. Viverei o dia de hoje como se fosse outro qualquer.
Dei meus sinceros votos de felicidade à outra pessoa.
Você sabe o que você foi pra minha vida? Apenas mais uma lição, a primeira de todas eu diria. Lição longa e dura, mas necessária.
Esse seu sorriso largo já não me conquista mais, sua voz mansa não me agrada mais, nem o seu violão me interessa mais.
Hoje achei uma coisa melhor pra fazer do que me preocupar com você.
Aliás, você nem gosta dessa data mesmo.
Você nunca vai ler isso aqui, mas se lesse, saberia que eu ainda quero te mandar e-mails exagerados, mensagens bobas, depoimentos melosos, te ligar com identificação, mandar presentes escandalosos.
Se eu pudesse, enfeitaria sua varanda e sua vida.
Te daria um bolo de chocolate e faria mais doce a sua vida. Nos aqueceria em noite fria...
Se eu pudesse... Mas não posso!
Não posso porque toda vez que fiz algo, foi errado, foi em vão. Todas as vez que tentei ficar perto, te afastei. Todas as vezes que insisti, você não quis. Sempre tentei, me machuquei. Agora por defesa ou por fraqueza não tento mais. Não espero mais. Não faço mais.
Já que não posso fazer por você, faço por mim.
Fiz um bolo de chocolate pra mim. Comprei um presente pra mim.
E até mesmo tudo o que escrevi, eu fiz pra mim!

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