quinta-feira, 1 de março de 2012

Entrando em órbita

Ah... 
Se você pudesse me ouvir. Tudo o que queria era que você estivesse aqui. 
Mesmo que fosse só pra me ver chorar, sei que não gosta de me ver assim, então faria algo para minhas lágrimas secar e me fazer sorrir.

Mas agora tudo é diferente, você se mudou, cresceu, tem uma família agora. Um filho pra criar. E eu não, eu a mesma coisa. Aqui eu, com as minhas meninices de sempre. 

O seu colo é só mais um que eu perdi. No colo do meu pai já não me cabe, do homem que amei já não me quer mais, mas o seu colo eu pensei que perderia jamais.

É assim, todos tem um colo, um ombro, um abraço, um peito. Mas eu não, tudo o que tenho são minhas próprias pernas, pra me fazerem caminhar por aí, que talvez, já soe como suficiente, mas não é.

Sabe quando todo mundo fica sem graça, quando nada tem cor, quando o vento não refresca mais, quando a música se torna só um barulho, quando sorrir vira um exercício diário, quando chorar já faz parte do comum, quando os olhos não brilham mais, quando a voz se cala, os braços perdem a força, quando... E até quando tudo vai ficar assim?

Eu quero o céu azul de volta, quero dançar novamente com as canções, quero sorrir espontaneamente outra vez, chorar de felicidade, sentir os olhos brilhar quando pra uma criança eu olhar, quero ter voz ativa e força pra lutar, quero... Quero que as coisas se alinhem, quero a minha órbita voltar. 

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